INTRODUÇÃO
Guarujá, 20 de Julho de 1932.
Hotel La Plage, Guarujá:
- Sinto que o Sr. Alberto está muito deprimido hoje.
Falaram-me que foi devido ter ouvido o barulho de avião, ele não está gostando
de saber que o seu invento está sendo usado para a guerra.
Disse um hospede do hotal.
- Todos os gênios são assim mesmo: Sensíveis e um
tanto excêntrico. Onde está o meu quadro, você trouxe?
Perguntou mister Percival Farquhar, olhando em direção de um funcionário do hotel.
- Quem pintou Senhor?
Perguntou o hóspede que estava próximo.
- Um jovem Pintor Brasileiro que veio de Campinas, foi
para Itália agora está trabalhando com nosso amigo: Adolfo Fonzari.
- É muito estranha essa Pintura Senhor, árvores em um
tom muito escuro embaixo, onde isso foi pintado?
- Falaram-me que foi no Amazonas, esse quadro na
verdade é uma Cópia; sua cópia original está guardada em lugar seguro, o
verdadeiro autor é um aventureiro chamado Marcos Lacerda. Mister Percival
Farquhar pagou para o Jovem José Pancetti fazer uma
reprodução dele, pois o verdadeiro está bem deteriorado pelo tempo, mas mesmo
assim foi guardado em lugar seguro...
- Deixa pendurado nesta Parede da Sala de descanso,
por favor!
- Ele ainda não saiu do seu quarto. Perguntou o
Funcionário enquanto segurava o quadro...
- O Senhor Alberto Santos Dumont deve estar dormindo,
ele está assim desde que viu o seu invento ser usado para Guerra, coitado.
- Notou que ideia genial a dele?
- Qual?
- Quando sobrevoou em derredor da torre Eiffel na
França ele tirou da corrente o seu Relógio que estava no bolso, e colocou-o no pulso,
agora todos estão aderindo à sua ideia. Já tem pessoas vendendo Relógio de
pulso, é assim que todos estão chamando.
O jovem funcionário pendura o quadro na parede da sala
de descanso do Hotel La Plage a pedido
de Mr Percival Farquhar, fica por horas tentando decifrar o significado daquela
Pintura sobre tela. Era um verde muito bonito, mas que na medida em que seus
olhos desciam notava uma espécie de buraco escondido sobre um verde escuro, e
nas folhagens um enorme rochedo em forma triangular... Houve-se vozes vindas em
sua direção o Gerente do Hotel chama a atenção para que o funcionário fique em
Postura!
- Agora que este lugar se transformou em um Município
eu quero fazer dele um Paraíso, promessa de Percival Farquhar. Acabei de
comprar a Prado, Chaves&Cia. Farei disso aqui um Paraíso!...Onde foi posto
o quadro?
- Aqui Senhor! Responde o Gerente...
- Ótimo muito bom. Onde está o jovem José Pancetti?
- Bom dia Mister Percival Farquhar._Bom dia José
Pancetti. Ficou bom o quadro. Parabéns! É um homem de muito Talento. Um lorde!
- Obrigado, Senhor!
- Eu que agradeço, agora tenho uma obra prima
dentro do Hotel que eu mesmo construí: Grand Hotel La Plage. Uma perda
irreparável o verdadeiro Artista ter morrido de Malária na Selva Amazônica.
- Senhor Percival eu fiquei
sabendo que o então Artista Senhor Monteiro Lobato anda fazendo duras críticas
contra a vossa pessoa.
- Ele pode me criticar meu
amigo: Um dia ele ainda irá dar-me valor como um dos grandes empreendedores
dessa grande Nação. Nosso amigo Alberto Santos Dumont ainda não saiu do quarto?
- Ainda não Senhor Farqhar, eu achei ele muito abatido.
- Mas ele vai melhorar,ainda é jovem e precisa entender muitas coisas a respeito de sua invenção...
Três dias depois no interior do Grand Hotel La plage,
morre o Inventor Alberto Santos Dumont, por enforcamento, ele não suportou ver
o seu Invento ser usado para a Guerra, e tira sua própria vida. Era o dia, 23
de Julho de 1932. A Camareira solta um grito desesperador que penetra em todo
ambiente do Hotel chamando a atenção de todos ali, e assim de maneira trágica
terminava a Vida de um homem que havia dado asas aos homens.
Guarujá, 03
de Abril de 2012.
O ar quente que havia se formado em toda Baixada
Santista, funde se com a massa de ar fria que vinha do Oceano, trazendo forte
tormenta de Vento que Vinha desde o Vale do Ribeira, passando por toda extensão
do Litoral Sul, até chegar a Santos e Guarujá. A Orla da praia de Santos era
invadida com a grande força das águas trazidas pelas enormes Ondas que
atravessaram a Avenida Principal até chegar à outra extremidade. Algumas
árvores foram arrancadas desde a raiz, deixando bem nítida a força da Natureza
em toda Baixada Santista. Aqui no Guarujá os grandes coqueirais a beira mar,
são açoitados de formas violentas, e as Ondas do mar atravessam a Extensa
Avenida Miguel Stefano, com toda sua fúria.
No bairro do Jardim Virgínia Márcia Lamberth está em
seu sono profundo, enquanto sua fiel amiga Angélica Davi está na sala
assistindo a um programa de Televisão, procura apenas burlar o medo que está
sentindo devido o grande Temporal, e não entende como Márcia Lamberth consegue
dormir mesmo com essa mudança de tempo repentino. Dinorah Silva olha pela
grande janela de Vidro, a chuva forte seguida da tormenta de vento que bate
violentamente nas Portas e Janelas da Mansão. No Programa de noticias o
apresentador: O Apresentador começava a falar sobre os prejuízos aqui na Cidade
de Guarujá, e a Defesa Civil já estava em alerta caso haja deslizamento de
terra próximo às moradias de pessoas próximas as áreas de riscos. Eu não
costumo ter medo de temporais, mas confesso que a força do vento que batia na
Vidraça da Janela aqui no Apartamento de Susane está me incomodando muito, já
consumi quase toda a minha caixa de Charutos, devido o nervosismo: Pensava
Jefferson Barone.
Enquanto minha amiga Márcia Lamberth dormia, Dinorah
conversava com Angélica Davi, ela por sua vez indagava à amiga sobre os homens
de sua vida: Adan Benjamin e Simon Norton.
- Quando será que aqueles dois malucos voltarão para
casa, Angélica?
- Ah Dinorah você sabe que o seu marido é um
obstinado, que enquanto não ensinar toda a arte da Guerra para o seu filho, ele
não vai descansar.
- Mais por que logo em Israel?
- Talvez ele se sinta mais a vontade dentro do País
onde nasceu.
- Pode ser minha amiga, talvez você tenha razão; mas
sinto muito a falta deles.
- Pois é Dinorah creio que a Márcia está muito
deprimida com a ausência de Simon, pois parece que ela dorme para esquecer um
pouco do seu amor.
- Sinto muito por ela minha amiga, mas veja o lado bom
das coisas ela ensinou tudo que sabia para Simon a respeito dessa coisa que ela
andou praticando quando era Policial...
-É Jiu Jetsu Dinorah, uma espécie de arte Marcial.
-Que seja!...Mas você acha que precisa de tudo isso.
Simon já sabe se defender.
- Olha Dinorah, eu não sei, mas Simon está
impressionado demais pelo Pai.
- Antes eu vivia preocupada por que ele não sabia se
defender, agora estou preocupada por que ele sabe demais.
-Vai entender esse bicho chamado mãe.
As duas amigas começam a dar gargalhadas que aos
poucos vão sumindo misturando-se com o barulho da tempestade lá fora. Logo
Angélica fica em silencio e Dinorah olha-a fixamente em seus olhos...
-Angélica não fica alimentando esperança.
- Do que você está falando Dinorah?
- Você Sabe. ainda é jovem e precisa entender muitas coisas a respeito de sua invenção... -Como assim?
- Jefferson Barone. Angélica, eu sei que gosta desse
homem, mas olha para o seu próprio bem, desista!
- Não é tão fácil assim Dinorah.
- Depois que o amigo dele, Kaio Roberto morreu, ele
mudou muito. Vive enfiado lá no apartamento que agora é de Susane Maura, essa
por sua vez nunca mais deu notícias, ele carrega até hoje a culpa de ter
deixado o amigo fazer algo que segundo ele mesmo, era o seu dever.
- Eu acho que você tem razão Dinorah, devo seguir meu
caminho, mas minha razão diz uma coisa, mais meu coração me domina.
-Sei que é difícil amiga, mas olha ele nunca te deu
nenhuma esperança, sinto dó dele. É um homem solitário o Governador vive
ligando pra ele, mas ele não está nem ai. Não sei se foi boa a ideia dele
aposentar-se rejeitou até a proposta do Governador em ser o Secretário de
Segurança Pública do Estado de Paulo.
- Sabe Dinorah eu queria muito que ele fosse feliz,
mesmo que não fosse comigo.
- Fico feliz que pense assim, noto que a cada dia você
se torna uma moça mais madura, Angélica.
- Ele está de novo lá no apartamento de Susane,
Dinorah?
- Creio que sim. Antes de Márcia ter ido para o quarto
dormir, ela ligou pra ele, e deu a entender que estava aqui no Guarujá. Ele
está muito diferente, muito mudado, vive olhando para o vazio. Se antes ele
quase não sorria; agora então, quase nem fala.
- É um bom homem Dinorah, eu sinto muito por ele.
- Toda noite faço minhas orações por ele Angélica...
Será que essa chuva não vai passar, estou preocupada.
- Olha creio que choveu em um dia, o que deveria ter
chovido em um mês.
- Será que Márcia não vai acordar! Assim poderia nos
acalmar um pouco; ela não tem medo de nada.
- Você quer é ficar ouvindo as histórias dela de
quando era Policial, pensa que eu não sei.
- Olha! Eu estou surpresa com você Dinorah, fica lendo
meus pensamentos!
Novamente as duas começam a sorrir, e no ímpeto do
momento se abraçam.
No quarto, Márcia em sono profundo, começa a mergulhar
em um sonho inimaginável: Ela começa a viajar para um lugar desconhecido...
Márcia está em uma grande Floresta: Árvores Frondosas
ocupam aquele imenso Cenário ela se vê perdida entre grandes Arbustos e ao
olhar para cima nota que não dava para ver as folhagens devido à extensão das
grandes árvores ali erigida maciçamente, aos poucos ela se embrenha no Coração
da Floresta e ouve sussurros num grande buraco escuro da Mata como se fosse uma
enorme Garganta, e nota embaixo das folhagens um enorme rochedo triangular, as
matas e Florestas, havia um silencio... Logo:
- Márcia minha filha, acorda!...É Simon ao telefone.
PINTURA SOBRE TELA
1
- Nossa Dinorah. Obrigada! Estava tendo um pesadelo horrível. Quero falar com o meu
amor.
- Olha a ligação está ruim. Tenha
paciência!...Angélica e Eu estamos na Sala ouvindo notícias locais.
Enquanto Márcia fala com seu amado, Dinorah vai de
encontro à sala para conversar com Angélica, esta por sua vez, está com os olhos
fixos na notícia da TV local.
- Está no ar o programa: Você Precisa Saber. Pelo
Canal 7, na sua TV local.
O Programa de hoje trás o Caçador de Relíquia: Paulo
Toledo que é um Antropólogo, e um exímio aventureiro, ele mesmo vai dizer tudo isso
com suas próprias palavras: Boa noite Paulo!
- Boa noite Fernando Monte; boa noite aos
Telespectadores. Sou sim um Antropólogo formado em uma Universidade de São
Paulo. Também sou um colecionador de relíquias, como o apresentador mesmo me
definiu: Sou um aventureiro, pois onde há vestígio de algo importante para a
Humanidade, relacionado às informações que possam compreender a Vida do homem
aqui na terra, ali estarei eu como um pesquisador.
- Obrigado Paulo Toledo, mas diga ao meu Público: O
que faz um Antropólogo, qual é sua Missão aqui na terra?
- "O termo Antropologia deriva da junção dos vocábulos
Gregos: Anthropos; que significa Homem, e Logia que é: Estudos ou Tratados; ou
propriamente dito: Os estudos do Homem". O Estudo do homem e da humanidade.
Para simplificar a antropologia estuda a humanidade em todos os seus aspectos.
- Então meus caros Telespectadores, você que está nos
assistindo, agora você tem uma noção do que trata um Antropólogo. Mas me diga
uma coisa Paulo ainda dentro dessa linha de nossa entrevista quero que você me
explique o que tem haver a antropologia com a sua paixão por Balões.
- Perfeito! Sou Balonista, aquele tipo de Balão que
serve como um dirigível, não o Balão que fazem para soltar e que coloca a
cidade em alerta devido o perigo de incêndio. Fabrico dirigível com capacidade
para levar as alturas 16 pessoas, ou seja: 16 tripulantes.
- No seu site eu observei que você percorreu todo o
território do Amazonas, há alguma razão para esse feito?
- Sim. Como Antropólogo eu aproveito essa paixão para
investigar possíveis traços de tribos perdidas nessa região, vou a lugares que
nenhum homem conseguiu penetrar, através do nosso espaço aéreo impenetrável,
mesmo se for de Helicóptero ou um Jatinho. Nesta minha paixão por Balão eu
consigo estar mais próximo da Região sem causar barulho que possa assustar
algum grupo indígena caso estejam vagando por algum local próximo. Pena que na
minha última viagem ao Amazonas tive que voltar logo diante do que aconteceu em
minha Casa.
- Quero explicar pra você que está nos assistindo que
o Paulo estava no Amazonas, e de lá recebeu a notícia que a sua Casa havia sido
invadida por Bandidos, nos conte um pouco sobre esse acontecimento triste, já
que você tocou no assunto!
- Confesso meu amigo Fernando Monte que os Meliantes
roubaram um antigo quadro que pertenceu ao Extinto Grand Hotel La Plage, e que
tinha um valor muito grande para mim. Essa Pintura sobre tela pertenceu ao
Americano: Mister Percival Farquhar, por volta de 1930.
- Esses bandidos não têm mais o que roubar, olha só a
foto desse quadro, que coisa estranha. Disse Dinorah admirada.
- É Dinorah. Mas é um quadro antigo, que estava no
Hotel na época que Santo Dumont, vivia aqui no Guarujá.
- Esse homem viveu no Guarujá, o herói da aviação?
Admirou-se novamente Dinorah olhando para Angélica Davi.
- Isso mesmo amiga, o carro fúnebre que levou o corpo
dele permanece até hoje ali na Avenida Leomil; próximo da Avenida- Puglise.
Santo Dumont morreu aos 59 anos.
- Que horror pra que deixar um carro de defunto na
Avenida Leomil, não tinha um lugar melhor.
Angélica começa a rir naquele momento, não conseguia
prestar atenção no programa: Você Precisa saber do Carismático Fernando Monte.
Pois Dinorah fazia com que a atenção fosse focada toda nela. No programa o
apresentador mostra a imagem do quadro roubado, que há tanto tempo permaneceu
guardado na casa de Paulo Toledo, e que por razões desconhecida foi roubado de
sua residência.
- Peço aos amigos telespectadores caso alguém saiba
onde se encontra o quadro que é uma pintura sobre tela, e que tem um valor inestimável
pra mim, peço entrar em contato por esse telefone, pois será muito bem pago.
Após Paulo Toledo passar o número do seu telefone, o
Apresentador Fernando Monte faz as considerações finais e termina o programa:
Você Precisa Saber.
- Nossa você viu que imagem estranha, Angélica? A do
quadro do tal Antropólogo, Paulo Toledo?
- Achei interessante Dinorah.
Márcia aparece na sala e estranha as duas conversando
sobre o quadro...
- Do que vocês estão falando?
- Você sabia Dinorah que meses atrás a casa do Paulo
Toledo foi assaltada?
- Como assim? E, quem é Paulo Toledo?
- Não conhece! Ele é um Colecionador de peças antigas.
Também gosta de se aventurar nas alturas como Balonista.
- E que interesse os Ladrões teriam em roubar um
quadro?
- Com certeza há algum mistério nisso. Falou Márcia
Lamberth entrando na sala bem na hora que as duas amigas estavam
conversando.
- Olha a Márcia ai Dinorah, finalmente ela acordou.
- Já estava acordada Angélica, eu estava com Simon ao
telefone; eu estava tendo um sonho muito estranho. Será que foram devidos
aqueles acontecimentos aqui no Guarujá?
- Pode ser amiga. Você e o Simon passaram por momentos
críticos...
- Todos nós Angélica!...Todos nós. Aferiu Dinorah
lembrando-se do que aconteceu com Kaio Roberto e muito moradores da Baixada
Santista.
Numa Mansão do Residencial: Jardim Acapulco alguém
começa a procurar em seus pertences um objeto muito antigo, uma carta que fora
encontrado enrolada no quadro sobre tela que pertenceu ao Mister Percival Farquhar...
- Eu não entendo por que vieram roubar minha pintura
sobre tela, visto que eu tenho tantas coisas de valor aqui na minha mansão.
Também não entendo o que está escrito neste pedaço de papel tão antigo... Aqui
fala de uma Rocha de três pontas, o que realmente a pessoa estava querendo
dizer?
Era noite, enquanto Paulo Toledo ficava intrigado com
o pedaço de papel corroído pelo tempo, na casa de Dinorah Silva todos têm uma
surpresa:
- Não acredito! Sabe quem está aqui Dinorah: Jefferson
Barone.
- Barone aqui!
- Calma pessoal. Eu não sabia que ia deixar tanta
gente surpresa: Onde está a pequena Beatriz?
-Beatriz está no quarto brincando com a Babá meu
amigo, será que sua amiga aqui não merece um abraço?
- Sim! Márcia... Se Angélica me deixar sair!
Todas as mulheres começaram a rir, visto que Jefferson
Barone era o único homem ali presente: Ele sentia-se preso entre os braços de
Angélica, que jogava-lhe todo seu
charme!
- Vejo que está com uma aparência melhor Barone.
- Sim. Creio que sim, Márcia! Está na hora de tocar
minha vida...
- Meu Deus! Finalmente você acordou-se para a Vida.
- Pessoal vamos ao Boteco Guarujá o temporal já parou.
Acentuou Angélica afoita.
- Angélica que é isso, Barone mal chegou...
- Mas é ele que vai nos levar Dinorah!
- Sem problema Dinorah, se Márcia vier eu vou ficar
muito feliz, mas onde fica esse "Boteco Guarujá"?
- É nas Pitangueiras: Na Rua Benjamin Constant,
176-Centro da Cidade. Márcia Lamberth fica feliz em saber que o seu grande
amigo; estava se recuperando daquele estado deprimente. Todos concordaram em ir
ao Boteco Guarujá... Minutos depois a Picape de Jeferson Barone entrava na
Avenida Don Pedro I até chegar próximo da Oswaldo Montenegro, entra no Posto de
Combustível para abastecer, e ao mesmo tempo deixar o seu veículo estacionado.
Angélica não sabia se ouvia a música no Carro, ou se cantarolava outra, tal era
a sua alegria.
- Álcool ou Gasolina? Perguntou o Abastecedor de
combustível.
- Essa Picape só funciona com óleo diesel. Respondeu
Jefferson Barone ao Abastecedor. O Jovem orienta Jefferson Barone a estacionar
próximo há uma bomba de combustível (óleo diesel).
- Vou deixar meu veículo estacionado aqui mesmo no
Posto, pois irei com minhas amigas ali no Boteco Guarujá, alguma coisa contra?
- Fica a vontade Doutor Barone, e me desculpa por eu
ter esquecido o tipo de combustível do seu carro, visto que já é cliente daqui.
- Isso acontece meu amigo, obrigado por tudo!
- Eu é que agradeço Doutor.
Márcia Lamberth, Dinorah Silva e Angélica saem do
carro enquanto Jefferson Barone; já do lado externo do veículo começa a arrumar
o seu paletó.
- Quando o Simon irá voltar Márcia?
- Eles nos ligaram hoje, bem antes de você aparecer
Barone.
- Qual foi o motivo que levou o Simon a se inscrever
no concurso para a Polícia Federal, Dinorah?
Márcia tenta cutucar Jefferson Barone, mas ele nem
percebeu a intenção da amiga em lhe chamar atenção.
- Não sabia que meu filho tinha se inscrito para
prestar Concurso Público para a Polícia Federal, você sabia disso Márcia?
- Sim Dinorah, eu tentei tirar da cabeça dele, mas
ainda me fez prometer não contar pra você.
- Barone eu estou mesentindo traída pela minha Nora e meu filho, deixa o Adan Benjamin saber disso que esse moleque vai ver o que é bom.
- Dinorah me desculpe, mas vou te adiantar: Foi o
próprio Adan Benjamin que incentivou Simon á prestar concurso.
- Ah... Não!
Vou ligar pra ele agora, Adan me paga!
- Para com isso Dinorah, não estrague o nosso passeio
por causa da sua raiva. Falou Angélica com medo que Jefferson Barone desistisse
do Passeio.
- Tudo bem! Não vamos falar mais nisso...
- Barone por que você tocou nesse assunto. Perguntou
Márcia ao amigo com tom de voz baixa. Barone baixa o seu rosto no ouvido de
Márcia sem que as duas amigas notasse e fala:
- O nome de Simon Norton já saiu no edital, ele ficou
entre os dez primeiros colocado, agora se vira com sua sogra...
Márcia não consegue conter a felicidade e solta uma
gargalhada, pela qual nem Angélica e nem Dinorah conseguiam entender o que
estava passando.
- Estão rindo de mim, é?
- Não Dinorah... É que ficamos nos perguntando se caso
Simon fosse aprovado, qual seria sua reação.
- Gente... Para de perturbar a cabeça de minha amiga.
- Deixam esses dois cúmplices Angélica, eu não estou
nem ai!
Márcia olha para Dinorah, e logo todos estão ali
sorrindo do rumo que a conversa foi parar, foi quando todos perceberam que
estavam próximo da Igreja Matriz do Guarujá, localizada na Avenida Puglise.
O CAVALEIRO MISTERIOSO
2
Estava se aproximando das 21h00: Entre a Avenida
Puglise, e há poucos metros da Maria Fumaça, monumento Histórico, que fica ali
na Avenida Leomil, eis que o grupo de amigos fica perplexo com a Visão que
todos presenciam ali. Um Cavaleiro e o seu Cavalo Negro em plena Avenida
Puglise, aparece repentinamente: Todos conseguiram vê-lo pulando de uma densa
nuvem negra de fumaça há uns 10 metros como se surgisse do nada, o impacto do
casco do animal vai de encontro à lataria do veículo que estava ali esperando o
Semáforo abrir. O Motorista ao ver o teto de seu carro quase perfurado,
abandona o local apavorado, e todos em derredor ficam em Pânico... Aquela
figura sobrenatural tira da cela do seu Cavalo Negro um Chicote estranho que ao
empunhá-lo começa a sair fumaça:
-O que é isso Barone, meu Deus!
-Márcia o Cavaleiro está vindo em nossa direção...
Angélica no instinto de procurar proteção corre em
direção da primeira loja próxima Dalí! Jefferson Barone tateia sua mão por
baixo do paletó a procura de sua Pistola, e lembra-se que não é mais um
Policial a serviço da Lei... Márcia atônita segura o amigo, e puxa-o para si,
enquanto a figura vai se aproximando lentamente deles. Márcia mesmo aterrorizada
pela figura sinistra que ali estava; tenta a todo custo ver o rosto daquela
entidade, e percebe finalmente que aquele Cavaleiro não tinha um rosto para que
ela mesma pudesse identificar. Foi quando Jefferson Barone respira fundo e se
posiciona a um passo a frente:
- O que você
veio fazer aqui?...O que procura? Gritou Barone, com voz alta e firme.
- Quero a pintura sobre tela, eu quero o quadro! Ao
falar a Entidade soltava um mau cheiro que era sentido ao longe.
- Quem é você? Dê que quadro está falando?
- Eu Sinistro, voltarei até conseguir saber com quem
está o quadro, e derramarei a minha vingança com quem ele estiver.
Márcia fica perplexa com tudo aquilo, houve-se o soar
de Sirene sinalizando a presença da Viatura Policial naquele local, a Entidade
conhecida como Sinistro é envolto por uma cortina de fumaça e some. Apareceu do
nada, e sumiu como estivesse se evaporado. Quando a Policia chegou ao local, quase ninguém queria falar sobre o assunto, o homem que estava conduzindo o veículo, estava em estado de choque, ninguém se
pronunciava, pois ninguém queria ser chamado de louco. Em poucos minutos a
Avenida Puglise estava vazia.
- O Senhor viu aquilo? Aproximou-se um Senhor perto de
Jefferson Barone, pasmo.
- Sim vi e temi, pois o Cavaleiro não parava de me
olhar, mais quem é o Senhor?
- Deixa eu me apresentar! Chamo-me Oscar Scapone, sou
Síndico do Edificio Yemanjá, mas na Verdade me aposentei recentemente, pois pertenci
a Policia da Argentina sou casado com uma Brasileira no qual me deu o direito
de me tornar Cidadão Brasileiro. Eu conheço o Senhor, sei que se chama
Jefferson Barone, e a sua amiga é Márcia Lamberth. Eu ajudei a todos que eu
pude naquele dia fatídico, sinto muito pelo amigo de vocês! O Senhor Oscar
Scapone falava sobre a morte de Kaio Roberto.
- Obrigada. Acentuou Márcia Lamberth, enquanto
Jefferson Barone resolvia em sua mente, se dava ou não, crédito ao homem
conhecido como: Oscar Scapone.
- Ele está atrás de um quadro. Falou Barone um tanto
confuso.
- Um quadro, como assim? Perguntou Scapone curioso.
- Eu ouvi tudo, ele disse ao Barone que se chamava
Sinistro.
- Sim Márcia o nome é Sinistro, mas por que quis se
aproximar do Cavaleiro, ele poderia ter feito alguma coisa pra você, e nós não
estávamos armados.
- Como assim, Senhor Barone? Perguntou perplexo
Scapone.
- Eu também. Senhor Scapone, sou um homem aposentado.
- Meu aposentado! Angélica se aproveita da situação e
se aproxima de Barone envolvendo o seu braço sobre ele.
- Eu me aproximei dele para ver o seu rosto, mas...
- Termine Márcia, mas o quê?
- Barone sabe que pode ser loucura, ou coisa da minha
cabeça...
- O que a Senhora viu Dona Márcia? Perguntou Oscar
Scapone com sotaque Castelhano.
- Eu juro! Dentro do Capuz não tinha nada.
- Nada. Como assim?
- Nada Barone, eu não vi nada.
- Senhor Scapone ele olhou pra mim e com voz abafada
me disse que estava atrás de uma Pintura sobre tela.
- É a segunda vez que eu ouço falar sobre essa tal
Pintura sobre tela, que droga!
- Como assim Senhorita? Perguntou Scapone.
- Dinorah e Eu estávamos assistindo o Programa da TV
Local, o Apresentador, o Carismático Fernando Monte estava entrevistando o tal
de Paulo Toledo no Programa: Você Precisa Saber!
- Paulo Toledo o Balonista?...Perguntou Scapone.
- O Senhor conhece? Adiantou Jefferson Barone.
- Sim. Senhor Barone, ele está me esperando no Boteco
Guarujá, e o assunto é um quadro que lhe foi roubado da sua Residência.
- É isso mesmo que a Dinorah e Eu estava assistindo...
Onde está a Dinorah?
- Ela ainda não se refez do susto Angélica, e está na
loja tomando água com açúcar.
- Meu Deus Márcia vou lá. Ela deve estar precisando de
mim.
Enquanto Angélica sai de encontro a Dinorah: Jefferson
Barone, Márcia e Oscar Scapone ficam ali esperando as duas amigas, para que possa
ir ao Boteco Guarujá conhecer o homem chamado: Paulo Toledo.
- O que foi aquilo que nós vimos Jefferson Barone,
quem era aquele homem, naquele Cavalo negro?
- Não sabemos Dinorah, e a Márcia garante que aquilo
não tinha rosto.
- Como assim?
- Não sei explicar Dinorah, eu me aproximei dele, mas
não vi nada dentro do seu Capuz.
- Que horror! Só pode ser mesmo obra do inimigo: Mas
você é louca de chegar perto de uma coisa daquela!
- Foi o que falei Dinorah, não sabemos com o quê
estamos lindando. Falou Barone olhando para Márcia.
- E quem é esse Senhor? Dinorah falou um pouco
trêmula, ainda se refazendo do susto.
Ah... Desculpe-me minha amiga, esse homem se chama
Oscar Scapone, morador aqui do Guarujá.
- Senhora Dinorah, eu moro no Edifício Yemanjá, na Rua
Mário Ribeiro.
Angélica puxa a mão de Jefferson Barone e todos vão em
direção ao Boteco Guarujá, na Rua Benjamin Constant, 176- Pitangueiras, minutos
depois...
- Como você está meu amigo Scapone; vejo que está bem
acompanhado feliz em poder conhecê-lo amigo Jefferson Barone e Márcia Lamberth...
Paulo Toledo recebe a todos com alegria.
- Conhece-nos de onde? Indagou Barone...
- Seu nome e da Senhora Márcia Lamberth saíram nos
noticiários de todo País e do mundo. Soube que saiu do Comando da Policia Paulistano,
Senhor Barone?
- Estou surpresa Barone. Esse homem nos conhece muito
bem. Agora foi Márcia que ficou admirada com as informações de Paulo Toledo.
- Bem como Márcia Lamberth e Eu não o conhecemos
gostaríamos de ser apresentado ao Senhor.
- Meus amigos. Esse é Paulo Toledo de quem eu falei...
- Colecionador de Relíquias, Antropólogo e Balonista...
Paulo fala com largos sorrisos.
- Agora quem está surpreso sou eu! Falou Angélica Davi
ao se aproximar deles.
- Essa garota desmiolada chama-se Angélica Davi, ela
assistiu sua entrevista no programa do Fernando Monte, na TV Local.
- Ah então é por isso! Paulo Toledo não deixou de
admirar a beleza da garota.
- Poxa Barone, é assim que você me vê, como uma
desmiolada?
Barone não diz nada, mas demonstra carinho por
Angélica com um sorriso quase imperceptível. Paulo orienta os amigos a ficarem
em uma Mesa no Fundo do Estabelecimento: Todos conversam à mesa, enquanto o
garçon servem-lhes porções de bolinhos de Bacalhau.
- Agora que estamos reunidos aqui, me diga o que
realmente aconteceu na Avenida Puglise?
- Olha meu amigo Paulo, creio que nossos amigos aqui
têm mais pra te falar do que eu. Respondeu Oscar Scapone.
- Como assim?
Dessa vez é Márcia que entra na conversa, entre uma
pergunta e outra, todos percebem os olhares de Paulo sobre Angélica.
- O homem conhecido como Sinistro deixou bem claro que
está à procura de um quadro sobre tela...
- A única pessoa que conhecemos que tinha uma Pintura
antiga sobre tela, está aqui entre nós... Bem na nossa frente. Angélica falava
olhando para Paulo.
- O que Angélica está falando é verdade, estava eu em
uma de minhas aventuras no coração do Amazonas, quando eu soube da notícia que
entraram na minha casa e levaram um quadro antigo que eu havia comprado num
Leilão de Arte, aqui mesmo em Guarujá. Os Bandidos não quiseram levar nada de
valor, apenas a Pintura sobre tela, minha casa ficou toda revirada com esse acontecimento:
Por isso chamei Oscar Scapone para me ajudar, e orientar a descobrir o porquê?
Levaram o meu quadro.
- Estranho Barone, você não acha? Márcia fica
perplexa.
- Muito Márcia!
Dinorah e Angélica sabendo que aquele passeio estava
mais para uma reunião de negócio resolveram irem para fora; pois o Boteco
Guarujá mantém mesas próximas da calçada, para que os Clientes pudessem ficar a
vontade.
- Mas me diga: Dona Márcia e Senhor Barone, o que
realmente ele disse a vocês? Perguntou Paulo Toledo preocupado.
-Disse que estava atrás de um quadro, isto é, uma
pintura sobre tela.
- Como assim Senhor Barone, eu não tenho mais tal obra
de arte...
-Tem certeza? Perguntou Márcia Lamberth.
Scapone olhando para o amigo meneia a cabeça
positivamente, dando sinal para que Paulo desse um voto de confiança para
Márcia e Jefferson Barone.
- Meus amigos, o Scapone tem razão, meu quadro foi
realmente roubado. Mas trata-se de uma cópia que o Mister Percival Farquhar na
época mandou um Pintor vindo da Cidade de Campina, fazer. Ficou excelente,
então eu guardei o original que estava enrolado em um depósito esquecido pelo
tempo no Grand Hotel Lá Plage: Aqui mesmo no Guarujá! Paulo faz sinal para o
garçom trazer a pintura. Ele leva-o aos amigos que estavam sentados à Mesa.
Pela primeira vez Oscar Scapone estava diante daquela estranha pintura.
- O que vocês acham? Perguntou Scapone olhando para
Barone e Márcia:
- Muito estranho, mas me diga o que será essa Pintura
escura triangular? Perguntou Márcia abismada.
- Não sei Márcia, olha meus amigos... Creio que a vida
de Paulo corre perigo, estamos mais uma vez diante de um mistério intrigante, e
sinto que se nosso amigo Kaio estivesse aqui - Ele poderia nos ajudar. Disse
Barone preocupado.
- O que você acha Scapone, sabemos que tem experiências
com esses casos estranhos. Perguntou Paulo Toledo.
- Como assim? Perguntou Márcia admirada...
- Há uns 18 anos nosso amigo descobriu nos Céus de
Buenos Aires um estranho objeto voador não identificado (OVINIS). Respondeu o
amigo Paulo Toledo, neste momento Márcia Lamberth levantava os seus olhos azuis
em direção a Paulo Toledo, e ela tinha a impressão que o mesmo se esforçava
para não rir. Barone olha para ambos e logo todos se recompõem.
- Eu era o responsável pelo Comando das Aeronaves, e
fui movido pelas conversas dos meus subordinados, e olha o que deu?
- O que houve Senhor Scapone... Márcia já se
posicionava curiosa enquanto Barone ficava ali a espera da conclusão daquela
História...
- O que houve que o nosso amigo colocou no Espaço,
toda a frota de avião (Caças) à procura do tal Óvni... Adiantou Paulo Toledo
tentando manter a postura, e seriedade.
- Mais e daí acharam o tal objeto?...Barone já estava
impaciente.
- Segundo um amigo dele que eu conheci, foi avião para
todos os lados, deixaram a Cidade toda em alerta. Parecia que a Argentina
estava sendo atacada...
- E, então, fale!...Dessa vez foi o próprio Scapone
que se adiantou sem paciência e muito nervoso declarou:
- Era um maldito Dirigível de uma Empresa de pneu que
estava perdido no Espaço, naquela madrugada.
Foi quando o Paulo Toledo não aguentou e despencou em
Risos seguidos de Jefferson Barone e Márcia Lamberth.
- Você tinha que se lembrar deste episódio triste na
minha Carreira. Falou Scapone.
Márcia olha para Jefferson Barone, e fica radiante com
o amigo, pois há tempo que não o via sorrindo desde a morte de Kaio Roberto...
Por um momento se fez silencio na Mesa, Jefferson Barone olha para Márcia, e
todos perceberam: Jefferson agora fita os olhos para a tela ali sobre a Mesa.
- Não sabemos o que nos espera, mas quero dizer que
Paulo está correndo Perigo. Todos ficam em silencio Márcia olha para a Tela e
num lapso de sua memória começa a sentir que viu algo muito semelhante com
aquilo:
- Não sei meus amigos, mas sinto essa Paisagem muito
familiar.
- Então pense Dona Márcia precisamos de um indício por
menor que seja. Scapone falava ansioso, pois estava ali para ajudar o amigo
Paulo Toledo, e não sabia como...
- Foi no meu sonho, foi no meu sonho!...Márcia coloca
as mãos sobre sua boca, em sinal de espanto.
- Como assim Márcia?
- No meu sonho vi uma imagem parecida com essa
pintura, vi sim, era ela mesma.
- Conte-nos do seu sonho! Pergunta-Paulo.
- Sim Paulo, mas é isso. Hoje à tarde quando caiu
àquela tempestade eu tive um sonho estranho: Sonhei que estava em uma Floresta
muito grande, muito mato com árvores enormes que não dava para ver aonde elas
terminavam, com raízes enormes, e tinha muitas aves e animais... Vi no meio
dessa Floresta um local estranho, e escuro como se fosse à mesma coisa que essa
pintura apresenta, no meu sonho vi uma enorme Pedra Angular, é isso esse Verde
escuro em forma de triangulo é a Pedra Angular do meu sonho.
- Como pode ser isso, não estamos entendendo. Paulo e
Scapone estavam perplexos.
- Márcia tudo isso você viu hoje em seu sonho? Barone
estava cada vez mais impressionado com tudo aquilo. Foi quando finalmente Oscar
Scapone lembra-se de um detalhe...
- Amigo Paulo quem foi esse tal de Percival?
- Mister Percival Farquhar foi um dos mais bem
sucedidos Empresário Americano que veio ao Brasil. O Hotel La Plage na época
havia se incendiado, e foi ele que construiu outro muito mais sofisticado que o
primeiro e pasmem! O novo Hotel era muito mais luxuoso que o primeiro em seu
interior funcionava um requintado Cassino onde os Magnatas da época faziam suas
apostas. Outra coisa interessante é que o Americano investia muito em Fazendas,
Estradas, e principalmente em Ferrovia. Nos primeiros anos do século XX esse
homem tinha uma fortuna em torno de 50 milhões em Libras Esterlinas, e foi
através de ter ganhado a concessão do Governo Brasileiro por volta de 1905 que
e ele começou o drama da construção de uma Ferrovia que todos a conhecem como:
Ferrovia da Morte!
- Conheço essa triste História Paulo Toledo, meu pai
comentou muito, e muitos jovens na época ficaram seduzido pela oportunidade de
trabalhar num grande empreendimento, no caso: Madeira Mamoré localizada na
região Amazônica... Enquanto Oscar Scapone falava, todos estavam atentos, mas
ninguém entendia qual a ligação daquilo tudo em relação à Aparição cognominada:
Sinistro.
- É bom nós fazermos uma investigação a respeito de
tudo o que tenha acontecido aqui durante este tempo. Com certeza que esta
figura Fantasmagórica vai voltar, e a vida de Paulo Toledo está correndo
perigo, tem alguma ideia Márcia? Jefferson Barone falava em tom de preocupação,
seu nervosismo fez com que ele acendesse um charuto, e a cada baforada era
seguida com a tosse de Márcia Lamberth ali naquela mesa:
- Vejo que o velho Barone está de volta, só acende um
charuto desse jeito quando está diante de um caso intrigante.
- Você não me respondeu Márcia: O que faremos?
- Podemos fazer o seguinte Barone, Oscar Scapone fará
a segurança de Paulo Toledo, enquanto nós faremos as investigações necessárias.
Creio que em breve Adan Benjamin e meu marido estejam aqui, ai veremos o que
fazer!
- Concorda com isso amigo Oscar Scapone, assume esse
risco?
- Creio que meu amigo Scapone é a pessoa certa para me
ajudar caso seja preciso, mas vocês não acham que estão exagerando? Comentou
Paulo de modo despreocupado.
Jefferson Barone tira o celular do bolso e liga para o
Governador de São Paulo, Márcia fica sem entender nada quando Jefferson Barone
diz:
- Senhor Governador. Estou de volta!...Código
vermelho.
- Você não tinha se aposentado Barone, o que significa
isso?
- Desculpa Márcia, o Governador negou minha
aposentadoria, ele quer que eu te convença a voltar para as atividades Policiais.
Sei que você está adorando essa vida de Dona de Casa, que tem se afeiçoado a
Dinorah e a Angélica, mas...
Márcia Lamberth interrompe Jefferson Barone e diz:
- Eu não posso mais voltar à ativa Barone, agora tenho
marido e uma filha maravilhosa. Eu preciso consultar meu Marido, e o Pai dele
também.
- Creio que Adan Benjamin será fácil, difícil mesmo
será convencer sua sogra.
- Então o famoso Jefferson Barone está de volta. Disse
Paulo Toledo.
- Eu acho que nunca estive fora da Policia meu amigo.
Estava só tomando um fôlego!
- Se é um Policial, será sempre um, em qualquer
circunstância. Falou Oscar Scapone.
Naquela mesa do Boteco Guarujá, todos concordaram em
fazer o possível para que o Guarujá, Baixada Santista permanecessem em paz.
Dinorah e Angélica retornam da loja ao lado do Boteco
Guarujá: O Salto da Gata, ali mesmo na Rua Benjamin Constant, e logo depois que
o garçom serve as porções de bolinho de Bacalhau acompanhado com uma boa
bebida, todos retornam para o local onde o carro de Barone estava.
Já era bem tarde e Márcia recebe a noticia que Adan Benjamin
e Simon Norton estavam para chegar logo. Ela pensava que isso ajudaria muito
com a decisão do Marido em voltar para as atividades da Policia Paulistana, ela
olhava para o céu estrelado pensativa nos últimos acontecimentos, e percebe
alguém entrelaçar os braços em seu corpo e sente todo amor e carinho de Dinorah
Silva:
- Está vendo como o céu mudou rapidamente minha amiga?
- Sim minha amiga, é como se não houvesse dado aquele
temporal, como pode uma coisa dessas?
- Mas aconteceu amiga, e acontecerá de novo.
-Acontecerá o que Dinorah?
- Ainda não percebeu Márcia. Que a sua vida está para
mudar de novo, que o destino queria apenas que você descansasse um pouco.
- Você acha mesmo minha sogra?
- Sim minha Nora! Eu creio que de alguma forma a
presença de Angel deixou algo de bom em você.
- Como assim amiga?
- Ainda não notou que segundo você mesma disse: O seu
sonho tinha alguma coisa haver com o quadro de Paulo Toledo, tenta puxar na sua
memória creio que tinha mais coisa, e isso pode estar guardada ai na sua
memória...
Márcia tenta dar a resposta daquilo que Dinorah estava
falando; quando sente Angélica aproximando-se delas:
- O que faço para ganhar o amor desse homem minhas
amigas? Angélica fala se referindo a Jefferson Barone.
- Nós já conversamos sobre isso Angélica. Aferiu
Dinorah Silva impaciente...
- Calma Amiga, esse amor que Angélica sente logo
acaba, você viu que o Paulo Toledo não tirava os olhos dela...
Logo Jeferson Barone posiciona o carro no sentido em
que todos devem tomar, e ambas as mulheres param de conversar, e vão sentido ao
veículo ali próximo.
- É pelo jeito nossa amiga Angélica tem um admirador.
Disse Jefferson Barone.
- Então você também percebeu Barone que ótimo. Só
Angélica que não soube Márcia.
Dinorah olha para a espevitada Angélica e começam a
sorrir, todos estavam no interior do veículo de Barone, e por um momento ao
entrar na Avenida Don Pedro I um silencio tomou conta de todos ali dentro do
carro, como se cada um estivesse compenetrado em seus próprios pensamentos. O
silencio é quebrado pela voz de Jefferson Barone:
- Márcia eu preciso achar alguém para limpar o Apto de
Susane, pois desde que ela saiu do Guarujá que não é limpo por completo, o que
você acha?
- Por que você não disse isso antes meu amigo, eu sou
boa em faxina, quero ter o prazer de ajuda-lo a colocar o Apto do jeito que a
Susane gostaria que ficasse. Falou Dinorah com voz vibrante!
- Faria isso por mim Dinorah.
- Claro amigo e pelo jeito não irei sozinho. Dinorah
fala olhando para Angélica.
- Iremos à tarde, tudo bem?
- Excelente. Respondeu Jefferson Barone.
Havia passado
alguns meses que Susane deixara o Apartamento dela localizada no Edifício sobre
as ondas, eu me lembrava da tristeza que a amiga estava sentindo ao perder o
grande amor de sua vida, ela (Susane), amava muito Kaio Roberto, quando soube
que o marido tinha morrido de forma heroica, a vida dela tinha perdido o
sentido, foram poucas vezes que Márcia e Eu havíamos recebido telefonema Dela.
E das poucas vezes que ligou tanto Eu, quanto Márcia Lamberth notou em sua voz
muita tristeza.
Era tarde da noite: Eu lutava para tentar dormir, o
barulho das ondas que batiam sobre os enormes rochedos que sustentava o
edifício Sobre as Ondas, faziam com que o meu sono demorasse a chegar. No
cinzeiro ali próximo havia muitas bitucas de charutos que eu tinha colocado ali
naquele recipiente. A noite parecia uma eternidade... E o vento que vinha do
Oceano adentrava o Apartamento onde eu estava não era um vento comum, era uma
Suave Brisa que vinha do além Mar: A suave Brisa do Amor. Por um momento senti
um cheiro suave de mato no Apartamento, olho para a sacada e o que vejo são as
Ondas, desta vez bem tranquila vinda de encontro ao rochedo, e se transformando
em suaves Espumas Brancas que são levadas pelo Vento. Fiquei ali sentado em
frente à Televisão, e de vez em quando notava como numa paranoia a imagem de
Susane e Kaio Roberto abraçados, Eu havia presenciado essas Cenas por várias
vezes quando vinha visitar meus amigos.
- Amanheceu e eu aqui tentando dormir, que
coisa!...Pensava- Eu queria entender por que esse cheiro de Relva bem aqui
dentro do Apto, e numa hora dessas.
O sol já dava o seu primeiro sinal de Vida no lado
leste da Praia das Pitangueiras, seus raios penetravam Majestosamente pela
Janela do Apartamento onde eu estava, e na sacada podiam ver as águas
cristalinas refletindo o sol uma cor avermelhada, estava seduzida pela beleza
do mar, eu vou até a sacada do apartamento: Onde por várias vezes conversávamos
descontraidamente... Ouvi vozes do lado externo da Porta, eram vozes que se
misturavam com gargalhadas:
- Surpresa! Grita Angélica Davi afoita... Para mim era
realmente uma surpresa: Simon, Adan Benjamin, Márcia Lamberth, Dinorah Silva, e
a extravagante Angélica Davi. Estavam todos ali aguardando eu me recuperar da
surpresa e deixa-los entrar. Dinorah foi se adiantando...
- Jefferson Barone, esses dois chagaram agora cedo de
Israel, e como estavam ansiosos para vê-lo resolvemos todos nós vir juntas,
enquanto eu limpo o apartamento, vocês colocam os assuntos em dia, Angélica vai
me prestar ajuda.
- Poxa que bom revê-los amigos, como você está
diferente Simon, agora vejo a alegria estampada no rosto de Márcia e sua filha.
Adan Benjamin se aproxima para me abraçar e ao mesmo
tempo ansioso para que eu possa lhe contar sobre a aparição na Avenida Leomil.
Todos nós fomos em direção da Sacada do Apartamento, pois tanto Dinorah, quanto
Angélica precisava da Sala vazia para poder começar a limpeza.
- Dinorah eu fico arrumando a Sala, e você vai para
cozinha, depois nós duas vamos arrumar os quartos.
- Tudo bem Angélica, estamos juntas nessa empreitada.
Falou Dinorah sorridente. Enquanto os demais estavam na sacada conversando
sobre os últimos acontecimentos na Avenida Puglise. Na sala Angélica fica
surpresa quando afasta o sofá para fazer limpeza, e logo chama à amiga Dinorah,
que estava cantarolando uma música do Cantor Roberto Carlos; pois Dinorah
estava radiante de felicidade pela presença de seu filho Simon, e o seu amado
Adan Benjamin...
- Angélica isso é uma Pasta com algumas anotações do
falecido Kaio Roberto, onde você encontrou?
- Encontrei aqui embaixo do sofá Dinorah...
-O que ouve Angélica, você está bem? Machucou-se?
- Não Barone a espevitada achou uma Pasta com algumas
anotações, que talvez seja do seu amigo Kaio Roberto.
Jefferson Barone abre a Pasta com os documentos,
enquanto Simon Norton e Adan Benjamin se aproximam, pois os dois não deixam de
notar o espanto de Jefferson Barone ao esfolhear aquilo que ele considerou um
pequeno dossiê da vida de Joseph Mengele que revelava a verdadeira intenção de
seus dois filhos, mas agora estava diante de um novo fato, Jefferson Barone
acreditava que aqueles documentos deviam ser lidos com calma, visto que Kaio
Roberto estava convicto que havia apenas dois assassinos se passando por um...
Mas agora a coisa ficou mais clara, mas funesta ainda, e difícil de acreditar:
- O que ouve meu amigo, parece que viu um Fantasma?
Adan Benjamin indagou preocupado com o Barone que estava ali paralisado por
alguns minutos...
- Antes fosse um Fantasma meu amigo.
- Há algo que podemos fazer o que há de assustador
nesses documentos Sr Barone?
- Um pesadelo Simon, um pesadelo! ...Falou Barone.
- Nossa pessoal isso é só uma simples Pasta deixada
pelo falecido Kaio Roberto. Falou Angélica...
- É muito mais que isso, minha filha. Barone fala de
modo que Angélica, Dinorah, Simon e Adan não conseguiram entender. Até que
finalmente ele se recompõe e começa a falar:
-Kaio Roberto não chegou a ver esses documentos, eu me
lembro de que assim que nós estávamos de saída, ele havia chegado e nos revelou
a verdadeira intenção do assassino. Achamos que eram apenas dois... Nota: Jefferson Barone se referia o
fato de Kaio ter vindo de viajem assim que Márcia e ele estavam indos em
direção à casa de Dinorah Silva, quando sua casa havia sido invadida (Vol.1).
- Como assim meu amigo? Perguntou Márcia.
- Trigêmeos: Era trigêmeo.
- Como assim? Indagou Simon sem entender nada...
- Um nós Incineramos na Cidade de Santos, outro virou
cinza nas Galhetas, aqui no Guarujá: Mas ainda há outro assassino solto por ai.
Barone falava com firmeza e mostrava a prova das suas suspeitas contidas na
Pasta que Angélica havia encontrado.
- Meu Deus será que esse terror não vai acabar nunca!
Adiantou Dinorah.
- Agora a coisa vai ficar mais complicada ainda, Pai. Já
não bastasse o tal Cavaleiro ter aparecido agora mais essa! Simon fala olhando
para Adan Benjamin.
- Eu posso olhar o que está escrito nessa Pasta
Barone, por favor!...Eu ainda estou pasma. Márcia Lamberth não acreditava no
que Barone estava por dizendo e começa a ler todo o conteúdo que tinha sido
entregue por Jeferson Barone, a ela.
A carta deixada pela mulher que tanto havia sofrido por
amar a pessoa errada; era um lamento de tudo de ruim que havia acontecido com
ela no transcorrer de sua existência, ao lado de um homem que a transformara em
uma espécie de cobaia para seus planos malignos. Falava das experiências
macabras com ela, e de seus filhos. Havia uma preocupação com suas proles e
Márcia entende de vez quando ela, Eliza Galpim termina a carta assim: O que será feito dos meus três filhos?
- O que você acha Márcia?
- Barone a carta está clara: Três filhos. Com certeza não deu tempo para o Kaio Roberto terminar
de ler isso, ou então ele resolveu deixar pra ler conosco.
- Eu creio que sim!
-Então ainda não terminou tudo isso. Falou Adan
Benjamin com sotaque estrangeiro.
- Pelo que eu sei... Não meu Pai. Adiantou Simon,
olhando para Adan Benjamin.
Houve um silêncio por um momento, pois todos estavam
perplexos com a descoberta.
A mente de Márcia por um momento começa a viajar no
dia que Kaio Roberto havia perdido sua vida, para garantir a vida de todos que
estavam ali, lembrou-se do amor que o amigo tinha por Susane, sentia os abraços
de Kaio Roberto, e a imagem do seu amigo era tão real, que ela sentia como se
estivesse sendo abraço por ele. Sentia muita falta dele, às vezes mesmo estando
sozinha, ela sorria com as brincadeiras do seu amigo...
Sem ela perceber Jefferson Barone cortava o silencio
conversando com Simon e Adan Benjamin, pois Angélica e Dinorah corriam contra o
tempo para deixar o Apartamento de Susane organizado e limpo. Um vento leve que
vinha do além-mar invadia aquele local, como se a suave brisa se encarregasse
de trazer o prenúncio de uma nova trama que colocaria a amizade, a fidelidade,
e o amor a toda prova. Jefferson Barone sentia que a qualquer momento estariam
todos juntos lutando contra o mal, e que até o momento não sabia ainda qual era
a arma do inimigo, e quais seriam os seus passos, tudo parecia muito vago. Sua
mente confusa parecia mais um labirinto sem começo, meio e fim.
Ao fim da tarde todos já estavam em suas casas. Cada
um tinha o seu ponto de interrogação, Dinorah e Angélica estavam ansiosas, pois
sabia que a qualquer momento todos estariam unidos em um só ideal, isso que
dizer que: Márcia, Simon, Adan Benjamin, Barone e os novos amigos que haviam
conhecidos estariam de encontro a rumos desconhecidos.
- Nossa Dinorah você está tão calada?
- Eu estou pensando Márcia; que vai começar tudo de
novo.
Márcia encosta o rosto no ombro de Dinorah na
tentativa de consolar-lhe.
Por mais grave que possa ser amiga, pelo menos o
Barone está reagindo bem, talvez seja isso que esteja faltando na vida do nosso
amigo; um pouco de ação.
- Mas até onde isso vai dar Márcia, eu não entendo?
Indagou Angélica Davi preocupada com Jefferson Barone.
Dinorah olha para Adan Benjamin e percebe que ele está
compenetrado em seus pensamentos...
- O que está pensando querido?
- Creio que o terror não chegou ao fim, e que farei de
tudo para destruir esse mal que está sobre a terra, eram três, três monstros
com o propósito de disseminar o ódio sobre a terra. Não vou descansar enquanto
não acabar com o que sobrou de Joseph Mengele, nós nunca saberemos o verdadeiro
nome de nenhum deles, seus filhos andaram sempre na sombra da morte tentando levar
tudo que encontram para o caos.
- Calma meu bem, Jefferson Barone vai estar do seu
lado, com ele tudo vai ser mais fácil, ainda mais que pelo menos dois deles já
estão mortos.
- Eu não posso deixar esse bandido impune minha
esposa, pois ele quase tirou Simon de nós. Ele tem que pagar!
Dinorah olha nos olhos de Adan Benjamin, e nota um tom
sombrio em seus olhos, sabia que Adan Benjamin jamais iria desistir da ideia de
ir ao encalço do terceiro filho de Joseph Mengele.
- Será que não seria melhor o Jefferson Barone ter vindo pousar conosco
essa noite, Márcia?